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domingo, 1 de janeiro de 2012

A psicologia no divã [ou no confessionário?]...




A psicologia no divã [ou no confessionário?]...

Somos uma resultante involuntária de nossa ‘sorte’ – aleatória – Genética – herança do embaralhamento dos genes de nossos progenitores -, de nossas circunstâncias embrionárias – exemplo: exposição à Testosterona, e do desenvolvimento de nossa fisiologia, com amplo destaque para a formação de nosso Cérebro... E este será o ator...

E então trilharemos o complicado sendeiro do aprendizado, nossos papéis, com o estímulo – ou bloqueio – de nossas características primordiais... Diferentes ondas de impacto cognitivo, na infância, na adolescência - perscrutando os ecos de nossa busca pela identidade -,  e no assentamento – ou não – de nossa experiência no Cérebro adulto... E a força das diferentes Culturas, e dos diferentes Meios, canalizando nossas reações, por toda a viagem... Assim será desenhada a nossa vida, e o nosso comportamento... Estes serão os ‘palcos e os personagens’ de nossa vida...

Nossa natureza, portanto, poderá ser estimulada, aprimorada, ou até bloqueada, por nossa experiência... Ator e personagens... Pelo espaço de nossas vidas...

Se não entendemos a Biologia Molecular, não poderemos entender a Citologia... Se não entendemos a Citologia, não poderemos entender o Neurônio... Se não entendemos o Neurônio, nada saberemos sobre os Sistemas Neurais... Se nada soubermos sobre os Sistemas Neurais, nada saberemos sobre o Cérebro... Se nada soubermos sobre o Cérebro, nada saberemos sobre o Comportamento Humano...

Sem entender a Genética, não poderemos entender o desenvolvimento Fisiológico... Sem entender o desenvolvimento Fisiológico, não poderemos entender a Bioquímica de nosso corpo, assim com a formação do Sistema Neural... Se não pudermos compreender o funcionamento de nossa bioquímica – hormonal – nem o nosso Sistema Neural, nada saberemos sobre nos reações naturais, e as tendências e dificuldades em nosso aprendizado...

Sem entender como realmente a mente funciona, a Psicologia representará, como tem representado, um papel patético de especulação vazia, e da crença em dogmas da psique... Não entenderá o homem, senão tateará com a sua ‘misteriosa’ sombra projetada contra a parede de seu ‘consultório’... Quando muito... Sem entender que onde ‘parece’ existir ‘mistério’, na verdade existe apenas ‘complexidade’... Complexidade que poderá deslindar-se pelo estudo abnegado, e pela verdadeira dedicação ao estudo multidisciplinar do homem...

Freud fazia consultas dormindo, muitos de seus seguidores fazem consultas pelo telefone, e hoje em dia pela Internet... Sem o menor contato com a maior fonte de todo o nosso comportamento, a Genética, a Fisiologia do Sistema Nervoso e Endócrino...

Como o psicólogo português, que estudava o comportamento das aranhas... Retirava uma pata, batia com as mãos na mesa e dizia: ‘anda aranha, anda aranha’... E a pobre aranha andava, capenga, mas andava... Então o psicólogo sacava mais uma pata, batia as mãos na mesa, e repetia seu mantra ‘psicológico’: ‘anda aranha, anda’... E a aranha mais uma vez, assustada, andava... Até que retirou a última pata, bateu as mãos na mesa, gesticulou, e até gritou com veemência: ‘anda aranha, anda’.... Mas desta vez a aranha não ‘quis’ andar... Manoel então concluiu: ‘aranha sem patas fica surda’...

Carlos Sherman

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