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segunda-feira, 16 de abril de 2012

O Agnosticismo e a Racionalidade



O agnosticismo não reside na esfera do racionalismo... E por que?

Um princípio básico da lógica e da retórica racional é o de a prova recai sobre quem faz a proposição, certo? Pois bem, a existência de deuses precisa ser provada para que tal proposição - sequer - seja aceita em um fórum racional, certo? Se não aplicarmos o racionalismo estaremos no plano da crendice... 'Eu creio', 'eu acho', 'eu quero que'... 

Se uma pessoa que afirma ser 'agnóstica' está afiliada aos círculos racionais, deveria estar familiarizada e habituada com provas e proposições... Se um agnóstico diz que 'a existência de deus não pode ser provada nem refutada, portanto nada podemos concluir', ele acaba de embarcar em no mínimo duas falácias... Primeiro, a inversão do ônus da prova, já que não pode ser provada... E depois, na falácia da prova da inexistência... Pois não se pode provar a inexistência... E logo, deve despedir-se do círculo da racionalidade... Pessoas inteligentes se dizem agnósticas para situarem-se em um círculo de integridade intelectual, quando de fato não a possuem - pelo exposto... E digo mais, incorrem também em falácia nomotética: 'deus é a natureza', 'deus é o intangível'... 

O agnosticismo é um outro nome do 'deísmo não engajado', mas nunca será uma postura racional... A prova da inexistência de deus, portanto, que não virá, assim como a prova de sua existência, o que constitui contradição lógica e racional... Afinal, não se pode provar a inexistência, e principalmente daquilo que não traz à baila nenhuma evidência... O agnóstico, sutilmente ou nem tanto, derrapa também na falácia do 'deus das lacunas', e de fato, não permite que uma primeira causa divinal seja descartada do jogo... E exatamente por que não podemos descartá-la? Pense muito bem no que responderá... 

Se está plenamente familiarizado com o conceito de Ciência, que poderíamos ampliar aqui para os conceitos éticos de 'tomar ciência', 'tornar-se ciente', não poderá deixar de sentir o impacto de tais colocações... Consulte mais uma vez os seus conhecimentos sobre as técnicas epistemológicas, sobre o escrutínio da pensabilidade, e verá, 'o agnosticismo é uma falácia como posição racional', um escape, um disfarce - talvez ou quase sempre - involuntário...


De forma simplificada perceba que a proposição sobre 'uma remota probabilidade de deuses existirem' é tão absurda quanto a de 'deuses existirem com certeza'.... Por que? Porque ambas subvertem o racionalismo, ambas subvertem o ônus da prova, entende? Falácia nomotética... O medo de soltar a mão de deus em conflito com a vergonha de não respeitar a própria inteligência... Confusão, falácia, talvez involuntária... Quase sempre...

Examine a minha pensabilidade, e esqueça as suas convicções... A agnosticismo não pode fazer parte dos círculos ditos racionais... Não é por acaso que o grupo Sociedade Racionalista deixou o agnosticismo de fora... O agnosticismo pode ser uma fuga, ou simples hesitação, medo, ou talvez a última parada antes de ascender ao racionalismo...

Carlos Sherman

Um comentário:

  1. Correto, sempre achei que, quem se denomina agnóstico, o faz por medo, por receio de ser rejeitado pelos, falsos, amigos religiosos.
    O camarada não quer fazer papel de ridículo e de ignorante, seguindo as fantasias bobas da igreja, logo denomina-se agnóstico, que seria meio caminho entre o religioso ignorante e o Ateu conhecedor da ciência e dos fatos lógicos.

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