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sábado, 5 de janeiro de 2013

A variância da experiência anti-religiosa



Um homem livre e pensante, que não acredita em deuses e no sobrenatural, responde às mais diversas conclamações ateístas para a luta:

(..) existe um enorme abismo entre o 'saber que' deuses não existem e 'as variâncias da experiência anti-religiosa'... A atitude cética me ensinou não somente a 'saber que' deuses não existem, mas sobretudo me conduziu a 'saber como' pessoas de bem, aparentemente lúcidas, seguem tal devaneio... Este é o divisor de águas entre uma negação e uma ação positiva... Não vejo religiosos como inimigos e sim como deficientes... Considere esta possibilidade, que ainda não encontrei no elenco de alternativas acima citado... 

Fique de olho no maniqueísmo... Não estar a favor da 'militância anti-religiosa' não significa ser 'pró-religião'... Aliás, desconheço, nestas páginas digitais, um cético sobre a existência de deuses mais convicto e preparado para sustentar tal ceticismo do que eu... Mas dedico todos os dias da minha vida a descobrir 'como?', 'por quê?', e assim contribuir, 'de fato', para a 'solução deste problema insolúvel'... Crer é um desvio de confirmação de nosso cérebro... 

Aliás, trabalho pelo melhoramento contínuo, pela divulgação de 'como a vida funciona', 'como o homem funciona', 'como as crenças funcionam', ao invés de empunhar um ou outro estandarte... Note que tal adesão cega 'à causa anti-religiosa', sem embasamento específico, também pode ser danosa... Nossa diferença, nossa enorme diferença, está dirigida apenas e tão somente para a questão: 'o que fazer com a nossa clareza?'... 

Trabalho para esclarecer sobre a atitude de 'tomar ciência', de 'tornar-se ciente'... Explicando que INVENTAMOS A CIÊNCIA PARA TESTAR A NOSSA LUCIDEZ... E ainda assim sou mal interpretado por muitos como um 'ateu ferrenho', e por outros como um 'ateu covarde'... Não notam a minha liberdade e integridade intelectual??? Não me importo com isso, mas me importo com o fato de contarmos tantos 'ateus' que não contribuem em nada para o esclarecimento geral sobre como a REALIDADE se processa; e isso por que estão preocupados em escarnecer e debochar...

A esmagadora maioria dos que me criticarão, e serão muitos, e que julgam 'saber que' deuses não existem, jamais, e nem sequer, deram os primeiros e rudimentares passos para investigar, e portanto 'saber como', este fenômeno se desdobra... Este é o divisor de águas entre a simples adesão à causas 'anti-isso', 'anti-aquilo', e a busca da verdade...

Insisto: Ético, logo cético... 

Parafraseando Auden, 'ser livre é, com frequência, estar sozinho'... E Já me acostumei a esta condição... 

Sobre a morte da Roberta Baêta repito que ela era apenas uma menina, e precisava de toda a ajuda,  padecendo de severos problemas neurológicos... A religião fazia parte do complexo de sua vida mas não foi o detonador... Não façamos disso um cavalo de batalha, um menina morreu... Trata-se de uma tragédia...

Acreditar em deuses é uma espécie de delírio... Não entender a origem de tais delírios mas apenas apontá-los, é incompleto... Dawkins é pertinente, assim como Sagan, Sacks, Dennett, Pinker, Shermer, Riddley... Quando uma pessoa começa a pregação trato de explicar como a vida REALMENTE funciona, e quando cita as ditas 'sagradas escrituras', trato de demonstrar com as escrituras que existe muito mais delírio em curso; do tipo 'desvio de confirmação'... Fechando os olhos para tudo, e arregalando os olhos quando um aforismo 'parece' funcionar... Não deixo de me levantar e dizer a verdade... O que teimo em impedir é que fiquemos ruminando sobre esta questão... O que teimo em ressaltar é que entender a vida é primordial, e mais importante do que a 'causa ateísta'... Contabilizo menos discussões sobre a 'neurofisiologia da crença' do que discussões sobre o 'combate à crença'... Deveria ser o contrário, afinal possuímos a CLAREZA... Ou não?

Religiosos precisam de ajuda, não de combate... Os seus algozes do púlpito, estes sim precisam ser detidos, mas eles 'não são religiosos', são criminosos...

Carlos Sherman 


3 comentários:

  1. "Não vejo religiosos como inimigos e sim como deficientes..."

    Ufa! Enfim a liberdade de poder dizer isso, kkkk. Viver fingindo não notar isso é torturante, poder dizer é libertador. kkkkk

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    1. Excelente Zeca, e certamente ao dizê-lo estamos endereçando a verdade...

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  2. Eu vejo a religião como um vírus. O vírus tem ação a depender do sistema imunológico do hospedeiro, assim como a religião do grau de instrução do portador. Não creio que todos pastores sejam algozes. Alguns são doentes. Querendo vender sua doença, mesmo que com a melhor das intenções. Concordo, devem ser tratados como doentes, mas combatidos como pessoas tentando criar uma epidemia nefasta.

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