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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Sacks e a Memória



Fala, memória...
Quando as lembranças nos pregam peças...

OLIVER SACKS
TRADUÇÃO CLARA ALLAIN

RESUMO Nem sempre as lembranças mais vivas correspondem a situações vividas: podem ser herdadas de outros ou fruto de "reconfiguração" pela mente. O mecanismo é explicado com base em casos de plágio, autoplágio, "criptomnésia" ("plágio" inconsciente) e sugestionabilidade em sessões de tortura e acusações de pedofilia.

É espantoso perceber que algumas de nossas recordações mais queridas talvez nunca tenham acontecido --ou talvez tenham acontecido com outra pessoa. Desconfio de que muitos de meus entusiasmos e impulsos, que parecem ser inteiramente meus, tenham nascido das sugestões de outros que me influenciaram, de modo consciente ou não, e depois foram esquecidas.

De modo semelhante, embora eu volta e meia faça palestras sobre tópicos similares, jamais consigo me lembrar exatamente do que disse em ocasiões anteriores, nem suporto reler notas antigas.

Ao perder a memória consciente do que disse antes e não tendo texto em que me basear, descubro meus tópicos novamente a cada vez, e eles volta e meia me parecem novos em folha. Esse tipo de esquecimento talvez seja necessário para uma criptomnésia criativa ou saudável, que permita que pensamentos velhos sejam reunidos, retranscritos, recategorizados e imbuídos de novos significados.

Ocasionalmente esses esquecimentos chegam a constituir autoplágio: eu me pego reproduzindo expressões ou orações inteiras como se fossem novas, e isso às vezes pode ser agravado por esquecimento genuíno. Relendo velhos cadernos, descubro que muitos pensamentos ali anotados foram esquecidos por anos e então retrabalhados como se fossem novos.

Desconfio de que esse tipo de esquecimento atinja a todos e que isso seja especialmente comum nas pessoas que escrevem, pintam ou compõem, pois a criatividade talvez exija tais esquecimentos para que nossas memórias e ideias possam renascer e ser vistas em novos contextos e perspectivas.

O dicionário "Webster" define "plagiar" como "roubar ou fazer passar por nossas (as ideias ou palavras de outro): usar (a produção de outro) sem citar a fonte [...] cometer roubo literário: apresentar como sendo nova e original uma ideia ou um produto derivado de uma fonte existente".

Existe uma sobreposição considerável entre essa definição e a de "criptomnésia". A diferença essencial é que o plágio, conforme é comumente entendido e reprovado, é consciente e intencional, enquanto a criptomnésia não é nem uma coisa nem outra. Talvez o termo "criptomnésia" precise ser mais bem conhecido, pois, embora possamos falar em "plágio inconsciente", a própria palavra "plágio" é tão moralmente carregada, tão sugestiva de delito e logro que conserva seu tom repreensível, mesmo que seja "inconsciente".

Em 1970, George Harrison compôs uma canção que foi um sucesso enorme, "My Sweet Lord", que, conforme se descobriu, guardava grandes semelhanças com uma canção de Ronald Mack ("He's So Fine"), gravada oito anos antes. Quando o caso foi a julgamento, o juiz considerou Harrison culpado de plágio, mas demonstrou "insight" psicológico e empatia na súmula que fez. Ele concluiu:

"Harrison utilizou propositalmente a música de He's So Fine'? Não creio que ele o tenha feito de caso pensado. Não obstante [...] trata-se, segundo a lei, de infração de direitos autorais, e não deixa de sê-lo, mesmo que tenha sido cometida de modo subconsciente."

Helen Keller foi acusada de plágio quando tinha apenas 12 anos de idade [esse episódio é relatado de modo detalhado e empático por Dorothy Herrmann em sua biografia de Keller, "Helen Keller: A Life" (University of Chicago Press, 1998)]. Apesar de ter sido surda e cega desde pequena e de ignorar a linguagem até conhecer Anne Sullivan, aos seis anos, tornou-se escritora prolífica depois de aprender datilologia e braille.

Quando menina, escreveu um conto intitulado "The Frost King" (O rei da geada), que deu a uma amiga como presente de aniversário. Quando o conto saiu numa revista, os leitores logo perceberam que ele guardava várias semelhanças como "The Frost Fairies" (As fadas da geada), conto infantil de Margaret Canby.

A admiração por Helen Keller converteu-se em repreensão, e Keller foi acusada de plágio e falsidade proposital, apesar de afirmar não ter nenhuma lembrança de ter lido o conto de Canby e de achar que tinha criado a história. A pequena Helen foi sujeita a uma inquisição implacável que a deixou marcada pelo resto da vida.

Mas ela também teve defensores, entre os quais a plagiada Margaret Canby, que se surpreendeu ao saber que um conto "escrito" com o dedo sobre a mão de Helen três anos antes pudesse ser recordado ou reconstruído por ela com tantos detalhes. "Que mente maravilhosamente atenta e retentiva essa criança talentosa deve ter!", Canby escreveu. Alexander Graham Bell se manifestou em defesa de Keller, dizendo: 

"Nossas composições mais originais são feitas exclusivamente de expressões derivadas de outros".

Mark Twain escreveu mais adiante a Helen Keller: 

"Quão indizivelmente engraçada e absurdamente idiota e grotesca foi aquela farsa do plágio'! Como se existisse muito de qualquer coisa na expressão humana que não seja plágio!... Pois, substancialmente, todas as ideias são de segunda mão, consciente e inconscientemente tiradas de um milhão de fontes externas."

De fato, o próprio Mark Twain tinha cometido um roubo inconsciente desse tipo, conforme descreveu em um discurso no 70º aniversário de Oliver Wendell Holmes: 

"Oliver Wendell Holmes... foi... o primeiro grande homem literário de quem eu roubei alguma coisa - e foi assim que eu acabei escrevendo a ele e ele a mim. Quando meu primeiro livro ainda era recente, um amigo me disse: 'Essa dedicatória é muito boa'. Sim, falei, eu achava que era. Meu amigo falou: 'Sempre a admirei, mesmo antes de vê-la em "The Innocents Abroad"'. Naturalmente eu disse: Como assim? Onde você a viu antes? 'Bem, eu a vi primeiramente alguns anos atrás como a dedicatória escrita pelo Doutor Holmes em suas "Songs in Many Keys".' Bem, naturalmente eu escrevi ao dr. Holmes e lhe disse que não tinha tido a intenção de roubar, e ele escreveu de volta, e, nos termos mais gentis, me disse que não havia problema e que não tinha sido feito nenhum mal; e acrescentou acreditar que todos nós inconscientemente retrabalhamos ideias recebidas ao ler e ouvir, imaginando que sejam originais nossas."

Na realidade, a mente e a imaginação notáveis de Helen não teriam podido se desenvolver e tornar-se tão férteis quanto foram sem se apropriarem da linguagem alheia. Talvez, de modo geral, sejamos todos dependentes dos pensamentos e das imagens de outros.

A própria Helen disse, fazendo referência a tais apropriações, que a probabilidade de ocorrerem era maior quando os livros eram traçados sobre suas mãos, sendo suas palavras recebidas passivamente. Ela disse que às vezes, quando isso era feito, ela não conseguia identificar ou lembrar-se da fonte, nem mesmo, por vezes, lembrar se o material vinha de fora dela ou não. Esse tipo de confusão raramente ocorria quando ela lia ativamente, usando o Braille e movendo seu próprio dedo pelas páginas.

A questão dos plágios, paráfrases, criptomnésias ou apropriações feitas por Samuel Taylor Coleridge intriga estudiosos e biógrafos há quase dois séculos e é especialmente interessante em vista de sua memória prodigiosa, seu gênio imaginativo e seu senso de identidade complexo, multiforme, por vezes atormentado. Ninguém o descreveu com mais beleza que Richard Holmes, em sua biografia em dois volumes do poeta.

Coleridge era um leitor voraz e onívoro, que parecia reter tudo. Há descrições dele, estudante, lendo "The Times" de modo casual e depois sendo capaz de reproduzir o jornal inteiro "ipsis litteris", incluindo os anúncios. "No jovem Coleridge", Holmes escreve, "isso é realmente parte de seu dom: uma enorme capacidade de leitura, uma memória retentiva, o talento de falador para recriar e orquestrar ideias de outras pessoas e o instinto natural de um palestrante e pregador para colher materiais onde quer que os encontrasse."

A apropriação literária era comum no século 17 - Shakespeare apropriava-se livremente de criações de muitos de seus contemporâneos, e John Milton fazia o mesmo. "The Cambridge History of English and American Literature" diz a respeito de Milton: 

"Os caçadores de paralelos, plágios e fontes se deram a trabalho enorme [...] para demonstrar que Milton imitou, apropriou-se de ou, desse modo ou daquele, seguiu o Adamo' de [...] Andreini (1613), o Lucifer' [...] de [...] Vondel (1654), o Adamus Exul' de Grotius (1601), Du Bartas' (1605), de Sylvester, e até mesmo Caedmon. [...] Supondo que Milton tivesse lido todos esses livros, Paradise Lost' ainda seria obra de Milton; e é absolutamente certo não apenas que ninguém mais poderia ter construído Paradise Lost' a partir dessas outras obras, mas que um comitê composto pelos autores delas, cada um deles em seu melhor veio e trabalhando juntos como jamais colaboradores conseguiram trabalhar, não teria chegado nem sequer a uma distância mensurável de Paradise Lost' ou de Milton."

A apropriação amigável continuou a ser comum no século 18, e tanto Coleridge como William Wordsworth e Robert Southey se apropriaram de materiais uns dos outros, chegando até mesmo, segundo Holmes, a publicar trabalhos sob os nomes uns dos outros.

Mas algo que era comum, natural e feito em espírito de brincadeira na juventude de Coleridge foi pouco a pouco assumindo uma forma mais inquietante, especialmente em relação aos filósofos alemães (sobretudo Friedrich Schelling), que Coleridge "descobriu", venerou, traduziu e, por fim, acabou utilizando de modo extraordinário. Páginas inteiras da "Biographia Literaria" de Coleridge consistem em trechos de Schelling reproduzidos "ipsis litteris" e não reconhecidos como tais.

Embora esse comportamento prejudicial e aberto tenha sido pronta (e redutivamente) qualificado como "cleptomania literária", o que aconteceu de fato é complexo e misterioso, como Holmes estuda no segundo volume de sua biografia, em que ele vê os plágios mais evidentes de Coleridge como tendo ocorrido num período devastadoramente difícil de sua vida, quando ele tinha sido abandonado por Wordsworth, estava paralisado por ansiedade profunda e dúvidas quanto a seu próprio valor intelectual e se encontrava mais profundamente dependente do ópio do que nunca. Nesse momento, escreve Holmes, "os autores alemães lhe proporcionavam apoio e conforto; numa metáfora que ele próprio empregava com frequência, Coleridge os enlaçava, como a hera enlaça o carvalho".

Antes disso, na descrição de Holmes, Coleridge tinha descoberto outra afinidade extraordinária, esta pelo escritor alemão Jean-Paul Richter - afinidade que o levou a traduzir e transcrever os escritos de Richter e então a deslanchar a partir deles, modificando-os à sua própria maneira e, em seus cadernos de anotações, dialogando com Richter. Em alguns momentos as vozes dos dois homens se misturam de tal maneira que se tornam quase indistinguíveis.

[...] Freud era fascinado pelos lapsos e deslizes de memória que ocorrem no cotidiano e por sua relação com a emoção, especialmente a emoção inconsciente; mas ele também foi obrigado a considerar distorções de memória muito mais grosseiras manifestadas por alguns de seus pacientes, especialmente quando relatavam que teriam sido seduzidos ou que teriam sofrido abuso sexual na infância.

De início ele interpretou todos esses relatos literalmente, mas, com o tempo, quando pareceu que havia poucas evidências ou plausibilidade em vários casos, começou a se perguntar se as recordações não poderiam ter sido distorcidas pela fantasia e se algumas delas não poderiam, na realidade, ser inteiramente fantasiosas, construídas inconscientemente, mas de modo tão convincente que os próprios pacientes acreditassem totalmente nelas.

As histórias que os pacientes contavam e tinham contado a si mesmos poderiam ter um efeito muito poderoso sobre suas vidas, e pareceu a Freud que a realidade psicológica dessas histórias poderia ser igual, quer elas viessem de experiências reais ou de fantasias.

Em nossa época, as descrições e acusações de abuso na infância alcançaram proporções quase epidêmicas. Muita importância é atribuída às chamadas memórias recuperadas - memórias de experiências tão traumáticas que foram reprimidas defensivamente e então, com terapia, libertadas da repressão. As formas particularmente sombrias e fantásticas disso incluem descrições de rituais satânicos de alguma espécie, com frequência acompanhados por práticas sexuais coercitivas.

Vidas e famílias foram devastadas por acusações dessa natureza. Mas foi demonstrado, pelo menos em alguns casos, que tais descrições podem ser insinuadas ou plantadas por outros. Aqui, a combinação frequente de uma testemunha sugestionável (muitas vezes uma criança) com uma figura de autoridade (talvez um terapeuta, professor, assistente social ou investigador) pode ser especialmente poderosa.

Desde a Inquisição e os julgamentos das bruxas de Salem até os julgamentos soviéticos da década de 1930 e Abu Ghraib, variedades de "interrogatório extremo" ou tortura física e mental pura e simples vêm sendo empregadas para extrair "confissões" políticas ou religiosas.

Embora tais interrogatórios possam ter como objetivo inicial extrair informações, suas intenções mais profundas talvez sejam promover uma lavagem cerebral, efetuar uma mudança genuína de pensamentos, preencher a mente com memórias implantadas, autoincriminadoras, e nisso eles podem ter êxito assustador. O tema da lavagem cerebral ou subjugação de um homem, com a desorganização forçada de sua memória, é ilustrada de modo assustador no romance "1984", de George Orwell, e no filme "Prisioneiro do Remorso", com Alec Guinness.

Mas talvez não seja preciso recorrer à sugestão coercitiva para afetar as memórias de uma pessoa. Depoimentos de testemunhas oculares são notoriamente sujeitos à sugestão e ao erro, muitas vezes com efeitos altamente nocivos aos acusados sem razão. "O Homem Errado", de Alfred Hitchcock (o único filme de não ficção que o diretor fez), documenta as consequências apavorantes de uma identificação equivocada baseada no relato de uma testemunha ocular.

Com o advento dos exames de DNA, hoje é possível, em muitos casos, encontrar corroboração ou refutação objetivas de tais depoimentos, e Schacter observa que "uma análise recente de 40 casos em que provas de DNA apontaram a inocência de indivíduos erroneamente encarcerados revelaram que 36 desses casos (90%) envolveram a identificação equivocada feita por testemunhas oculares".

Se os últimos 30 anos foram marcados pelo surgimento ou ressurgimento de síndromes de memória e identidade ambíguas, também levaram a pesquisas importantes - forenses, teóricas e experimentais - sobre a maleabilidade da memória.

A psicóloga e pesquisadora da memória Elizabeth Loftus documentou um sucesso inquietante na implantação de memórias falsas através da mera sugestão feita a um sujeito de que ele teria passado por um acontecimento fictício.

Esses pseudoeventos, inventados por psicólogos, podem variar desde incidentes cômicos ou incômodos leves - de que uma pessoa se perdeu num shopping quando era criança, por exemplo -, até incidentes mais graves - que alguém foi vítima de um ataque grave de um animal ou de uma agressão grave por outra criança.

Depois do ceticismo inicial - 'nunca me perdi num shopping' - e, em seguida, da incerteza, o sujeito pode passar a nutrir uma convicção tão profunda que continuará a insistir sobre a veracidade da memória implantada, mesmo após o autor do experimento revelar que o incidente nunca aconteceu.

O que fica claro em todos esses casos é que - quer se trate de abusos imaginados ou reais na infância, de memórias genuínas ou experimentalmente implantadas, de testemunhas induzidas ao engano ou de prisioneiros submetidos a lavagem cerebral, de plágio inconsciente ou das memórias falsas que todos nós provavelmente temos, baseadas em confusão quanto às fontes ou em atribuição equivocada -, na ausência de confirmação externa, não existe uma maneira fácil de distinguir uma memória ou inspiração genuína, sentida como tal, daquelas que foram apropriadas ou sugeridas; de distinguir entre o que o psicanalista Donald Spence descreve como "verdade histórica" e "verdade narrativa".

Mesmo que seja exposto o mecanismo subjacente a uma memória falsa [...], isso pode não modificar a sensação de uma experiência vivida de fato ou a realidade que tais recordações possuem.

Tampouco as contradições óbvias ou o caráter absurdo de determinadas memórias pode modificar o sentimento de convicção e de crença nelas. Na maioria dos casos, pessoas que afirmam terem sido abduzidas por extraterrestres não mentem quando contam como foram levadas até naves espaciais de alienígenas, não mais do que mentem quando têm consciência de terem inventado uma história: algumas creem genuinamente que foi isso o que aconteceu.

Uma vez construída tal narrativa ou memória, acompanhada de imagens sensoriais vívidas e de emoção forte, pode não haver jeito psicológico, interno, nem externo, neurológico, de distinguir o que é verdadeiro do que é falso.

As correlações fisiológicas dessa memória podem ser examinadas com neuroimagiologia funcional, e as imagens mostram que memórias vívidas produzem ativação ampla no cérebro, envolvendo áreas sensoriais, emocionais (límbicas), e executivas (lobo frontal), padrão que é virtualmente idêntico, quer a "memória" seja baseada numa experiência, quer não.

Parece que não existe, nem na mente nem no cérebro, nenhum mecanismo para garantir a verdade de nossas recordações, ou pelo menos o caráter verídico delas. Não temos acesso direto à verdade histórica, e aquilo que sentimos ou afirmamos como sendo verdadeiro - como Helen Keller estava em ótima posição para observar - depende tanto de nossa imaginação quanto de nossos sentidos.

Não existe um modo pelo qual os acontecimentos do mundo possam ser transmitidos ou gravados diretamente em nossa mente; eles são experimentados e construídos de modo altamente subjetivo, que é diferente em cada indivíduo, para começar, e reinterpretado ou revivido diferentemente a cada vez que são recordados. O neurocientista Gerald M. Edelman costuma falar em apreender como sendo "criar" e em lembrar como sendo "recriar" ou "reclassificar".

Com frequência nossa única verdade é a verdade narrativa, as histórias que contamos uns aos outros e a nós mesmos - histórias que reclassificamos e refinamos sem cessar. Essa subjetividade está embutida na própria natureza da memória e decorre de seus mecanismos e bases no cérebro. O que surpreende é que aberrações grosseiras sejam relativamente raras e que, na maior parte do tempo, nossas memórias sejam relativamente sólidas e confiáveis.

Nós, seres humanos, carregamos sistemas de memórias que têm pontos falhos, fragilidades e imperfeições, mas que também possuem grande flexibilidade e criatividade. A confusão sobre fontes ou a indiferença a elas podem representar uma força paradoxal: se pudéssemos rotular as fontes de todos nossos conhecimentos, ficaríamos submersos em informações em muitos casos irrelevantes.

A indiferença às fontes nos permite assimilar o que lemos, o que nos é dito, o que outros dizem, pensam, escrevem e pintam com tanta intensidade e riqueza como se fossem experiências primárias. Ela nos permite enxergar e ouvir com outros olhos e ouvidos, penetrar em outras mentes, assimilar a arte, ciência e religião da cultura inteira, penetrar na mente comum e contribuir para ela, para a comunidade geral do conhecimento.

Essa espécie de partilha e participação, essa comunicação não seria possível se todos os nossos conhecimentos, as nossas memórias, fossem rotulados e identificados, vistos como privados, exclusivamente nossos. A memória é dialógica e nasce não só da experiência direta, mas também da intercomunicação de muitas mentes.

Originalmente publicado no jornal "The New York Review of Books" - leia íntegra em folha.com/ilustrissima. O título, "Speak, Memory", alude às memórias de Vladimir Nabokov, "Speak, Memory", publicadas no Brasil como "A Pessoa em Questão" (Cia. das Letras). (Nota do Editor)






quarta-feira, 22 de maio de 2013

Saramago




"A vida, esta vida que inapelavelmente, pétala a pétala, vai desfolhando o tempo, parece, nestes meus dias, ter parado no bem-me-quer."

(José Saramago.)

Crença e Desonestidade - O 'deus' de Espinoza




Publicaram - mais uma vez:

Sem dúvida, a coisa mais linda já dita sobre deus!

DEUS SEGUNDO SPINOZA (Deus falando com você)
"Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste
comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti."

Desembainhei com vontade:

Pode ser a "coisa mais linda já dita sobre [o personagem ficcional] deus"; mas ainda assim, está bem longe de ser a mais correta – e verdadeira... E este texto carece de autoria, posto não ter sido escrito por Espinoza... JAMAIS... Este texto anda na boca de charlatões e loucos, como 'Inri Cristo', 'Ascensão Planetária', 'Ser Luminoso', entre outros picaretas... Não divulguem mentiras e falácias, até porque 'Falsidade Ideológica' é crime...

O melhor que podemos fazer sobre 'deuses', todos eles, é devolvê-los à Mitologia, e de onde vieram... Isso dito no século XXI... E sem mais... E enfrentar a vida, real, maravilhosa, complexa... e naturalmente sem deuses e/ou demônios ... 

Espinoza foi um dos mais importantes pensadores e filósofos de todos os tempos, e já no século XVII, após ser excomungado, confrontou toda ladainha crente de seu tempo com ainda mais vigor... Mas deixou reservas de domínio, e significativas, o que não diminui no seu valor... E no final, apesar de sua genialidade, resumiu deus à uma pálida sofisticação 'pessoal' - Deus Sive Natura... 

Coube a Meslier, inspirado por Lucrécio, enterrar toda esta fantasiosa e terrível fábula teísta, de cunho judaico-cristão-islâmico, mas Nietzsche receberia a fama - e sem demérito... Todos os homens notáveis aqui citados - Lucrécio, Espinoza, Meslier e Nietzsche -, dedicaram precioso tempo à desconstrução de uma ilusão; mas não seria possível saltar estes passos, e os seus esforços não foram em vão... 

Espinoza fez muito mais como livre-pensante no século XVII, do que muitos, e a maioria, consegue fazer depois de 400 anos decorridos de sua morte... E ainda assim, recorrem à Espinoza buscando justificativas 'deístas' e agnósticas, mal entendendo o 'fenômeno' Espinoza, e o seu verdadeiro legado... Um homem que, apesar das amarras das quais não foi capaz de soltar-se em plenitude - sob pena de ser morto -, questionou a 'institucionalização' de deus, e o fez com inegável maestria lógica... E muito foi feito sobre sua base filosófica... 

Russel define em sua magistral ‘História da Filosofia Ocidental’, a Espinoza como:

“Espinoza é o mais nobre e o mais humilde dos grande filósofos [...] Intelectualmente outros o superam, mais eticamente ele é supremo.”

Não posso discordar de tais palavras de Russell... Acrescento apenas que Espinoza, além de pensador, passou a sua vida fabricando e polindo lentes científicas, sendo que, considero a sofisticada lógica de Espinoza como uma forma de ‘polir’ o conceito de ética, assim o aprofundamento em diversos temas... Espinoza esteve muito à frente de seu tempo...

Mas ‘as lentes’ de Espinoza também promoveram severos equívocos e distorções, e podemos notar a clara influência das ideias de Maimônides – ‘Guia dos Perplexos’ - em sua obra, além do triste legado agostiniano sobre suas palavras: 

"Concluí tudo o que queria explicar a respeito do poder da mente sobre as emoções e sobre sua liberdade. Pelo que foi dito, vemos em que consiste a força do homem sábio e quanto ele ultrapassa o ignorante que é conduzido apenas pela concupiscência. Pois o homem ignorante não apenas é agitado de muitas maneiras por causas externas e nunca desfruta da verdadeira paz de espírito, mas também vive inconsciente, por assim dizer, de Deus e das coisas, e tão logo cessa de sofrer, cessa também de ser. Por outro lado, o homem sábio, enquanto for considerado como tal, raramente comove seu espírito, mas sendo consciente, por uma certa necessidade externa, de si mesmo, de Deus e das coisas, nunca cessa de ser e sempre desfruta da verdadeira paz de sua alma." 

Este é o famoso capítulo de encerramento da Ética, muito citado nos círculos 'ditos' filosóficos... Espinoza afunda aqui em juízo moral, execrando o ignorante, e endeusando o sábio, e desprezando o 'SEXO'... Mas em outra passagem evolui espetacularmente, tangenciando o que viria a ser a refutação do falacioso conceito de 'livre-arbítrio', embora ainda preso ao desígnio moral divino: 

"Se as coisas devessem ser diferentes do que são, isso envolveria uma mudança na vontade de Deus, e essa não pode ser mudada (como nos foi muito claramente demonstrado pela perfeição de Deus): portanto, as coisas não poderiam ser de outro modo senão como elas são. (Ética, Parte I, nota 2 à proposição XXXIII.)“Genial... Como consequência, conclui Espinoza:“[um] homem livre [não pensa] em nada menos do que na morte; e sua sabedoria é uma meditação não sobre a morte, mas sobre a vida"

Tudo já está determinado e as pessoas são "livres" - evoluindo o conceito agostianiano de que “são livres apenas para pecar” -  apenas no sentido limitado de que são “livres para aceitar os eventos em vez de apenas sofrê-los."... Espinoza avança e hesita, tropeça, e até cai... mas muda para sempre a História do Pensamento Humano... Espinoza esteve quase lá... Para quem não conheceu a Darwin, Mendel e Cajal, podemos dizer tratar-se de um gênio... Um gênio perturbado, rsrsrsrs, muito perturbado, mas inegavelmente um gênio...

Carlos Sherman

Toda forma de LUCIDEZ vale às pena...




Publicaram:

Qualquer idiota que se decepciona com o deus que diz acreditar se declara ateu por um tempo. Mas depois, não conseguindo confiar em si mesmo, volta para a igreja que já estava e se declara ex-ateu.

É verdade... Mas 'decepcionar-se com deus', já é um lampejo de racionalidade e sobretudo LUCIDEZ que merece ser celebrado... Mas permanecer 'lúcido' depende de outros fatores inatos, da genética traduzida na neurofisiologia de cada um, e da natureza que se expressa por meio da educação recebida e o ambiente compartilhado... E sendo o 'livre-arbítrio' uma clamorosa falácia, vilipendiar 'crentes' seria análogo a ridicularizar a 'xantopsia', ou a turvação da visão causada pela icterícia, e na qual todos os objetos parecem amarelos ao observador 'doente'... E ainda existem portadores de icterícia crônica, 18 a 20% dos casos... Seria o mesmo que tripudiar sobre epiléticos, que em função dos problemas envolvendo os lobos temporais estão sujeitos à 'experiências místicas', ou no caso da esquizofrenia, onde tais sujeitos estão à mercê de severas 'alucinações'... Eles não sabem o que veem ou percebem, e portanto vivem imersos em ilusões, delírios e alucinações... Crentes decorrem de variantes, com maior ou menor gravidade, dos desvios cognitivos de confirmação... Podemos lamentar, e melhor seria ajudar, mas nunca - pura e simplesmente - vilipendiar... À troco de quê? Pessoas inteligentes e bem formadas não devem contestar-se em ridicularizar a franca debilidade de 'quem nada sabe e em tudo crê'... Crentes são vítimas, concentrem-se nos seus algozes sobre o púlpito... Estes sim precisam ser detidos... E tenho dito...

Carlos Sherman

segunda-feira, 20 de maio de 2013

As 13 máquinas de tortura mais terríveis da História




As 13 máquinas de tortura mais terríveis da História (publicado no Facebook por 'Religião Ridícula')

1 - Manivela intestinal

O método de tortura que encabeça esse TOP 13 é digno de uma nota de prevenção: se já ficou enjoado com um dos anteriores, nem leia esse método. Aqui, o torturado era amarrado em uma mesa e o torturado cortava seu abdômen. Então, separava o intestino delgado da vítima do fundo do estômago e o ligava em uma manivela. Essa, então, começa a tirar centímetro por centímetro o intestino delgado – que podia chegar até 6m – do corpo da vítima (que estava consciente e vendo tudo). Ninguém sobrevivia a esse processo, que matava pela dor que provocava ou por insuficiência sanguínea.


2 - Garrote

O torturador trancava a vítima em uma cadeira, com as costas presas a uma superfície plana e o pescoço amarrado a uma roda. A roda, então, girava e o pescoço era esmagado lentamente, fazendo com que o torturado fosse sufocado aos poucos. No entanto, essa era a forma menos violenta. Havia garrotes com pregos ou lâminas que, conforme viravam, penetravam na coluna da vítima.


3 - Aranha espanhola

Temor de muitas mulheres durante a idade média, era um objeto com garras de metal compridas e que, depois de serem aquecidas, eram fixadas nas mamas da mulher. O metal quente queimava a pele macia dos seios das mulheres. Mais do que isso: as garras se fechavam e o torturador puxava o objeto, arrancando violentamente o peito da vítima. O método também chegou a ser utilizado em barrigas e nádegas.


4 - Forquilha do herege

Utensílio muito utilizado durante a Inquisição. Era uma vara de metal com um pino em cada uma das extremidades. A parte superior do garfo era colocada na carne do queixo da vítima, enquanto a inferior pressionava o osso do esterno da vítima. O torturado era obrigado a permanecer com a cabeça erguida o tempo todo, sem se deitar, olhar para o lado ou para o próprio corpo. Qualquer movimento ou descuido e o garfo penetrava em sua mandíbula.


5 - Tean Zu

Era um método simples no qual a vítima colocava seus dedos em uma superfície de madeira e tinha seus dedos separados por varas ligadas a cordas. Se não respondesse às perguntas, as cordas de ferro começavam a ser fechadas, esmagando os dedos do torturado que podiam até ter os ossos escancarados para fora da pele.


6 - Banco da tortura

Imagine dois rolos colocados nas exterminadas de uma mesa. Agora, imagine que, em um desses rolos, a pessoa tivesse seus pés amarrados; no outro, suas mãos. Aí o torturador começava a fazer perguntas. Se a vítima não respondesse, os rolos começavam a girar em direção contrárias, afastando-se. A pessoa, então, era esticada. Depois de um tempo, suas articulações começavam a se descolar e a vítima morria aos poucos.


7 - Esfola

Método muito utilizado durante a Idade Média e, sobretudo, na Caça às bruxas. O torturado tinha as mãos e os pés amarrados em uma espécie de poste e ficava totalmente exposto ao carrasco. Esse, então, pegava uma faca e começava a cortar, lentamente, a pele da vítima, deixando seu corpo em carne viva. A tortura, na maioria das vezes, começava pela cabeça e descia em direção dos pés. Geralmente, antes mesmo de chegar à cintura, a vítima já tinha morrido por insuficiência sanguínea.


8 - Empalação

Método mais conhecido, era quando um objeto pontiagudo varava o corpo de uma pessoa. A empalação perfeita para um torturador – se é que um método de tortura pode ser chamado de perfeito… – seria quando a estaca longa entrasse pelo ânus e saísse pela boca da vítima. Em alguns casos, o torturador enfiava as estacas sem causar a morte imediata da vítima. Aí começava a girar o objeto, suspender o corpo ou fazer movimentos que torturavam ainda mais a pessoa.


9 - Tubo de crocodilo

O torturado era obrigado a entrar em um tubo de dentes de crocodilos, que funcionavam como pregos. Dentro, apenas seu rosto e seus pés ficavam expostos. Aí começava a pior parte. Com fogo, o torturador aquecia, gradualmente, o dente de crocodilo, queimando as vítimas. Era o preço por não passar informações. O fogo também podia ser colocado diretamente na face ou nos pés da pessoa. Quem pegava mais pesado obrigava o torturado a se agachar dentro do próprio anel, movimento que acabava perfurando os órgãos vitais da vítima.


10 - A máscara da infâmia

Esse instrumento promovia uma caça às mulheres linguarudas. Isso mesmo, quem fofocasse muito na Escócia do anos 1500 corria o risco de ter a cabeça trancada em uma gaiola de ferro. Presa à gaiola, uma placa de freio às vezes era inserida na boca da mulher (para dominar sua língua). Por serem de ferro cortante, muitas placas causavam sangramentos na boca do torturado. Mas a tortura não parava por aí: na maioria das vezes, as mulheres – geralmente as que mais sofriam com o método – eram levadas a cidades para serem expostas publicamente.


11 Roda de despedaçamento

De Roda Viva este aparelho não tinha nada! Consistia em uma roda na qual o torturado era preso com as costas voltadas para o interior do instrumento. Abaixo da roda, o torturador colocava fogo. A roda, então, era girada. A pessoa assava, aos poucos, como se estivesse em uma churrasqueira, acima da brasa. Em outros casos, o carrasco substituía a brasa por objetos pontiagudos, o que fazia com que, conforme a roda fosse girando, a pessoa fosse sendo mutilada aos poucos.


12 Pêra

Era um aparelho em forma de pêra formado por quatro folhas. Nas mulheres, era inserido na vagina ou na boca; nos homens – geralmente os castigados eram homossexuais – era inserido no ânus. Depois de inserido na vítima, o aparelho, formado por 4 folhas, começava a se abrir. Como suas extremidades eram cortantes, causavam danos irreparáveis nos torturados.


13 Dama de ferro

Método de tortura comum na Idade Média, também é conhecido como Virgem de Ferro ou Donzela de Ferro. O aprisionado era colocado em um sarcófago – com a estampa da Virgem Maria, daí o nome Dama de Ferro – que, em seu interior, continha uma série de cravos de ferro. Quando fechado, os cravos perfuravam a pele da vítima, no entanto, não atingiam nenhum órgão vital. Como penetravam na pessoa, ela morria aos poucos, por insuficiência sanguínea. Detalhe: alguns modelos eram tão grossos que os gritos do prisioneiro nem eram ouvidos pelo torturador.













sábado, 18 de maio de 2013

Religião [OFF]




ProÉtica - Ethos Project 

Quê há de mal em incitar a rejeição de uma religião, se as atividades e ações desta religião são tão intoleráveis, irracionais e abusivas dos direitos humanos que merecem ser totalmente rejeitadas?

- Rowan Atkison -

Ilhas Salomão




Nas Ilhas Salomão, cerca de 10% da população nativa, de pele negra, tem cabelo notavelmente loiro. Alguns insulares acreditam que a cor seria resultado da exposição excessiva ao sol, ou de uma dieta rica em peixe. Outra explicação seria a herança genética de ancestrais distantes — mercadores europeus que passaram pelos arquipélagos.

Essas hipóteses, no entanto, foram derrubadas por pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos. A variante genética responsável pelo cabelo louro dos insulares é diferente da que causa a mesma característica nos europeus.

Os pesquisadores conseguiram rapidamente identificar um gene responsável pela variação da cor do cabelo. Chamado de TYRP1, ele é conhecido por influenciar a pigmentação nos humanos. Sua variante encontrada nos cabelos louros dos habitantes das Ilhas Salomão não é encontrada no genoma dos europeus.

Fontes: http://1.usa.gov/12CWqgd (em inglês) http://bit.ly/13KEwrB
Postado por Lucas Müller

Malditos ianques, malditos ocidentais - bem sucedidos!!!




Publicaram o seguinte texto:

Problema do mundo é gastro econômico !

Os bilionários e a fome mundial: rios de dinheiro e oceano de tristeza

Os bilionários e a fome no mundo: poucas são as mãos levantadas em prol dos famintos do mundo. A preocupação dos “Imperadores do Mundo” é outra

De acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg, o mexicano Carlos Slim, dono de negócios no ramo de telecomunicações em 18 países, com uma fortuna avaliada em US$ 78,4 bilhões, é o maior bilionário do planeta. Depois dele, vem o cofundador da Microsoft, o norte-americano Bill Gates, com fortuna de US$ 65,8 bilhões, seguido pelo espanhol Amancio Ortega, fundador do grupo têxtil Inditex, dono da marca Zara, com US$ 58,6 bilhões. A soma dessas três maiores fortunas atinge US$ 202,8 bilhões.

Os bilionários e a fome no mundo: Nunca é demasiado lembrar que habitamos um mundo em que o custo diário para alimentar uma criança com todas as vitaminas e os nutrientes necessários custa apenas 25 centavos de dólar.

Pelo lado dos brasileiros, os quatro maiores bilionários são: Jorge Paulo Lemann, investidor controlador da Anheuser-Busch InBev, maior cervejaria do mundo, com fortuna avaliada em US$ 19,6 bilhões. Em segundo lugar vem o banqueiro Joseph Safra, com patrimônio de US$ 12 bilhões. O terceiro e quarto lugares, respectivamente, ficam com Dirce Camargo, herdeira do grupo Camargo Correa, com fortuna estimada em US$ 14,1 bilhões e, com o empresário Eike Batista, com fortuna avaliada em US$ 11,4 bilhões. A soma das fortunas desses quatro maiores bilionários brasileiros atinge a cifra de US$ 57,1 bilhões. Já a fortuna somada desses sete “imperadores do dinheiro” chega a US$ 259,9 bilhões.

De um lado, rios de dinheiro; do outro, um oceano de tristeza e miséria evidenciada pela fome e subnutrição que atinge, segundo dados da FAO (Fundo para a Agricultura e Alimentação), 1 bilhão de pessoas no mundo. Os que todos os dias tem estômagos vazios e bocas esfaimadas são 14% da população mundial, um entre seis habitantes.

Com US$ 44 bilhões (17% da fortuna dos 7 bilionários citados) resolveria o problema desse 1 bilhão de famintos espalhados pelo mundo. O drama da fome é tão intenso que dizima uma criança com menos de cinco anos de idade a cada minuto. Isso mesmo: uma criança menor de 5 anos morre a cada 60 segundos vítima da falta de alimentos em seus estômagos. Isso porque estamos num mundo em que a produção de grãos (arroz, feijão, soja, milho e trigo) seria suficiente para alimentar mais de 10 bilhões de pessoas.

Somente o Brasil, terceiro maior produtor de alimentos do mundo, atrás apenas dos EUA e da China, verá sua safra de grãos aumentar em mais de 20% na próxima década. No entanto, essa ignomínia chamada fome vai derrubando corpos inocentes ao chão também em nosso pedaço de terra. A situação aqui não é muito diferente da mundial. Em meio às controvérsias em torno do real número de famintos (50 milhões para a FGV, 34 milhões para o IBGE e 14 milhões de pessoas para o governo federal) a fome oculta (caracterizada pela falta de vitaminas e minerais que afeta o crescimento físico e cognitivo, bem como todo o sistema imunológico) atinge 40% das crianças brasileiras. No mapa mundial da subnutrição, estamos na 27ª posição, com 9% da população.

Em pleno século XXI, num mundo em que a tecnologia desenvolve técnicas apuradíssimas para clonar tudo o que bem entender, a fome mata atualmente mais pessoas do que a AIDS, a malária e a tuberculose juntas. Numa época em que o dinheiro corre solto pelos cassinos e praças financeiras em busca de lucro e especulação, a Syngenta, multinacional suíça da área agrícola, investe todos os anos a importância de US$ 1 bilhão em pesquisas agrícolas, mas fecha as mãos para a ajuda internacional aos famintos.

Eike Batista, 4º homem mais rico do Brasil guarda carro de luxo na sala de sua casa (Foto: Forbes)
Nunca é demasiado lembrar que habitamos um mundo em que o custo diário para alimentar uma criança com todas as vitaminas e os nutrientes necessários custa apenas 25 centavos de dólar. Contudo, em decorrência da desnutrição crônica, cerca de 500 milhões de crianças correm risco de sequelas permanentes no organismo nos próximos 15 anos. De acordo com a ONG (Salvem as Crianças), a morte de 2 milhões de crianças por ano poderia ser prevenida se a desnutrição fosse combatida.
Mas, poucas são as mãos levantadas em prol dos famintos do mundo. A preocupação dos “Imperadores do Mundo” é outra. Refresquemos a memória em relação a isso: em apenas uma semana os líderes das maiores potências do planeta “fizeram” surgir 2,2 trilhões de dólares (US$ 700 bilhões nos Estados Unidos e mais US$ 1,5 trilhão na Europa) para salvar instituições bancárias no auge da crise econômica que se abateu (e ainda vem se abatendo) sobre as mais importantes economias mundiais desde 2008.

Se a preocupação fosse salvar vidas de desnutridos, incluindo a vida de 900 mil crianças no mundo (30% delas residentes em Burundi, Congo, Eritréia, Comores, Suazilândia e Costa do Marfim), esses mesmos “imperadores” tirariam dos bolsos a importância de US$ 25 milhões por ano, que é o custo estimado para salvaguardar com nutrientes esse contingente de crianças até 2015.

Postado em: 15 fev 2013 às 19:18
Marcos Eduardo de Oliveira*, Adital

*Marcus Eduardo de Oliveira é Economista, professor e especialista em Política Internacional pela Universidad de La Habana – Cuba

Desembainhei, seguro de que serei impopular:

Não existe 'o problema do mundo', existe muitos problemas, e que se repetem ao longo de dezenas de milênios em um processo 'contínuo'... E não existem 'culpados pelo problema'... Trata-se de um processo convergente - pelo melhoramento - e contingente - variabilidade genética, cultural, tecnológica, climática, demográfica, linguística, geográfica -, e cuja má interpretação, levou milhões ao flagelo da opressão tirânica, e de mais pobreza, nas mãos 'messiânicas' do comunismo... 

O autor parte de dados reais, mas desconsidera outros de vital importância - a fome e a pobreza estão diminuindo na história da humanidade, a violência esta caindo, o acesso à saúde aumentando, assim como a solidariedade, a mortalidade infantil caindo, e a expectativa de vida aumentando, e estamos em média tão bem adaptados, que mesmo procriando menos estamos superpovoando o mundo; Bill Gates e Soros alimentam mais bocas famintas do que qualquer país do globo, e mesmo com economias equivalentes, os Estados Unidos, o maior país em doações, dá um surra na China, em bocas alimentadas na Africa; e é seguido pela União Européia... 

A manipulação e o velho discurso ideológico e vitimológico, apenas precedido por um título bombástico, é bastante previsível... Malditos ianques, malditos ocidentais!!! Viver dentro de um estrutura de livre iniciativa, respeitando trocas livres e voluntárias, nos faz a todos 'micro-eikes-batistas'?Os governos tirânicos e corruptos que infestam as mesmas regiões do globo por séculos, submetendo sua população à fome, nada precisam declarar? A culpa é do ocidente livre e bem sucedido? Piada... 

As vítimas de hoje foram os algozes de ontem, estudem a história...Enderecem a verdade... Com panfletos como este não vamos a parte alguma... Querem um alento de VERDADE??? Leiam a monumental obra de Steven Pinker, 'Os Anjos Bons de Nossa Natureza', 1.087 páginas de dados, atitude cética e ética no tratamentos destes dados, e coragem nas conclusões...

Carlos Sherman

O Cínico, O Crente, e O Cético...



Sobre 'O Cínico, O Crente, e O Cético'...
ou 'O Porrete, O Escapulário, e O Estetoscópio'...

Quem duvida de tudo é o cínico, quem crê em tudo é o crente, quem faz o que deve ser feito é o homem cético, livre e pensante...

Carlos Sherman

Uma sugestão de 'estudo'...




Uma sugestão aos 'estudiosos': intercalem leituras como Astrofísica, Astrobiologia, Neurociência, Filosofia da Ciência, História do Conhecimento, Genética, Etologia... Não existe nenhum impedimento para tal, posto ser da mesma natureza que o estudo multidisciplinar em um curso universitário, onde convivemos com várias matérias... E com a inegável vantagem de ver, a partir do crossing over de conhecimentos, a nossa mente interpenetrar assuntos com diferentes insights... Vale a tentativa...

Carlos Sherman

O Silêncio Certo...




Publiquei a imagem acima com o dizeres:

Galera chega de 'mandar recado', 'chorar as pitangas', e 'pedir atenção', pelo Facebook... Consultem um Psicólogo!!!

Uma amiga contestou:

'facebook eh psicologo de pobre rapah, ta pensando que eh todo mundo que tem $$$ pra pagar consulta com profissional rs rs rs,'

Trepliquei que:

Rsrsrsrs, na verdade não... Ou seja, acreditamos que estamos  solucionando algo, quando na realidade estamos ampliando os problemas...

E veio a resposta:

mas as pessoas gostam de falar... pq tu acha que FB faz tanto sucesso? Gostamos de expor, de exibir. Uns tem bom senso e nao exibe/expoem mais que o necessario. Ja outros...

Arrematei:

Sim, ESTE É O PROBLEMA... As pessoas falam antes de pensar ou de aprofundar a questão, ou de saber 'sequer' se existe algo a ser dito... Existe um antigo provérbio, de autoria desconhecida, que diz:

Mas vale um silêncio CERTO do que uma palavra ERRADA...

E 'sim', as pessoas são diferentes, em graus de cultura, conhecimento, senso de humor e carência afetiva... Existem perfis típicos, um deles é aquele que manda recados e chama a atenção a si, de forma vazia, pessoal, 100% efêmera: 'hoje estou feliz', 'lavei o meu carro', 'comprei um sapato novo'... Ou o despeitado: 'sou assim, quem quiser gostar de mim, que goste, não estou nem ai', e blá blá blá'... Pra quê??? Para exibir-se, para chamar a atenção, não oferecendo NADA em troca??? Um exercício egocêntrico, e inteiramente vazio... 

Existe o perfil que entra em sites de auto-ajuda e dispara 300 mensagens, onde na maior parte da vezes a pessoa não está nem minimamente comprometida com tais 'aforismos', que podem conter inclusive contradições em si... Martha Medeiros basicamente recai neste tipo e no anterior, aforismos contraditórios e despeito, além da VERBORRAGIA... A verborragia, consiste em andar em círculos, acumulando palavras bonitas, populares e de efeito, mas que não saem de um lugar comum e inexistente, a verborragia é o enaltecimento da IRREALIDADE... 

Mas é isso, acho que 'problemas pessoais REAIS' não serão JAMAIS resolvidos na 'Linha do Tempo' do Facebook... Mande mensagens privadas, diretas, ou procure o seu esposo, esposa, amigos, etc... Frente a frente, cara a cara... Mandar recados, ou 'fazer beicinho', ou 'pose de durão', no Facebook, não é mais o que NADA, e na verdade me parece patético... Resumindo:

viver de recadinhos no Facebook é como ir do nada a lugar algum, e achar que ganhou o dia... 

Não me refiro à publicação de fotos de família, de mensagens pertinentes, e que gostamos e dividir... Coisa da vida REAL... Refiro-me à panaceia de superficialidades reinante... Também não me refiro a reflexões, posicionamentos filosóficos, políticos, mesmo que expressem uma IDEIA pessoal - mas existe uma IDEIA sendo transmitida, e compartilhada... Não me refiro aos canais temáticos, do tipo 'Surf', 'Religião', 'Corte e Costura'... ok, são ideias, são canais claramente temáticos... Refiro-me ao exercício vazio, em primeira pessoa, 'eu isso', 'eu aquilo', e sobre meras trivialidades, e que assolam a rede, e tornam o Facebook insuportável... Sejamos mais consequente!!!

Não acreditem em resolver problemas PESSOAIS pelo Facebook, mas aproveitem o espaço para discutir ideias, como estamos fazendo aqui; e que eventualmente possam vir a mudar a sua percepção da vida... Também podemos dividir momentos pessoais agradáveis ou de dor, mas normalmente endereçamos isso aos amigos mais próximos, e para quem tais momentos e fotos 'íntimas' farão algum sentido... Mas 'lavar a roupa suja', 'mandar recados' indiretos, isso deveria ser tratado pessoalmente... 

Esta é a minha posição, fruto de profunda reflexão... Mas é só, e tão somente, a minha posição e 'disposição'... Sendo assim pode ser inteiramente ignorada - ou não... Isso é com cada um de vós... 

Beijos...

Carlos Sherman

sexta-feira, 17 de maio de 2013

E assim caminha a humanidade...





Um 'débil mental' TÍPICO, chamado 'Felipe Lucas', que se auto-define como 'lutador de Jiu-Jitsu' - ou seja, uma cara chegado em ficar agarradinho em outros babacas, supostamente do sexo masculino, e suadinhos -, escreveu as animalidades acima... A este palhaço, ignorante, complexado e enrustido, só nos restas 'execrar' como ser pensante, e desconsiderar a sua fútil existência... Esse cara é um 'estrume', e por que me preocuparia com ele???

Mas muito me preocupam atitudes e disposições de pessoas como a 'Patricia Souza' - que se declara 'psicóloga' -, que parecem dispor de certa consciência, sendo ela a responsável pela divulgação e denúncia da imagem do tal 'marombeiro imbecil', quando aproveita para declarar-se também revoltada com a "falta de notoriedade dada pela mídia" à aprovação, pelo STF, do casamento entre pessoas do mesmo sexo (anatomicamente falando)... Uma vitória da Liberdade Individual, e o que considero um pleito justo, tendo sido por isso, ativo partidário... 

Patrícia, entre opiniões relevantes e pertinentes, faz as seguintes declarações, que considero 'absurdas':

"Estamos em uma semana onde o STF ( SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ) aprovou que seja realizado em TODOS os cartórios do Brasil , o casamento entre pessoas do mesmo sexo , tornando-se assim o Brasil o 15º País , a se juntar a militância LGBT."

Isso é inteiramente FALSO, afinal o BRASIL não pode fazer MILITÂNCIA LGBT... De onde a Patrícia tirou esta pérola??? O correto seria dizer que o Brasil, é o 15º  país do mundo, a respeitar OS DIREITOS INDIVIDUAIS em plenitude, e a respeitar o Direito de TODOS os cidadãos brasileiros que desejam unir-se perante o Estado, na forma de um casamento civil, sem nenhum tipo de distinção, sequer 'anatômica'... MILITÂNCIA É OUTRA CONVERSA... Como tenho dito ao meu amigo - facebookiano - Jean Wyllys, precisamos lutar pelo respeito à individualidade e ao afeto HUMANO... Militância LGBT é outra estória... Slogans como 'Por um Brasil gay', 'Por um mundo gay' - o que levaria a humanidade à extinção -, vão na mesma direção proselitista de passeatas evangélicas, com slogans como 'Por um Brasil cristão'... NÃO!!!

Depois:

"A Este cidadão , eu desejo apenas uma coisa , que Deus perdoe suas palavras , e que vc se lote de conhecimentos e que seus sentimentos sejam sempre convictos , que vc nunca tenha dúvidas do que quer."

Um Contradição em Si, clara, patente, absurda... Deus, o deus cristão, o seu deus, condena a união de pessoas do mesmo sexo, SOB PENA DE MORTE!!! Como pode ser tão contraditória, e tentando passar por uma pessoa livre e pensante??? E mais, Patrícia, o seu deus sentencia a todos os que não creem nele, e igualmente, à morte!!! Estabelece claro preconceito com pessoas de outras etnias, que não a judaica, e estabelece misógino preconceito com as mulheres, assim como contra deficientes físicos, epiléticos e leprosos... E mais, "que vc se lote de conhecimentos"??? Bíblicos??? Não entendi essa!!! Espero que não esteja considerando 'A Bíblia', como um baluarte do conhecimento... E será que você está em condições de indicar algum tipo de 'conhecimento', respondendo ao preconceito com a adesão 'a um deus de preconceito'??? O 'marombeiro' é um caso perdido, mas você ainda pode fustigar a sua pensabilidade em busca de coerência... Depois fala em "sentimentos sempre convictos", o que nos pode facilmente levar à teimosia... E será necessário entender mais sobre o comportamento humano para lidar com suas próprias contradições... O que diremos de prognosticar qualquer coisa a escroques como o 'marombeiro'...

E assim caminha a humanidade... Luto pelos Direitos Humanos, pelas Liberdades Individuais, e contra os Preconceitos Públicos - em minha vida privada... Luto pelo direito ao afeto, ao desejo e ao amor... Não apoio apenas o casamento - a união em patrimônio, perante o Estado - entre pessoas do mesmo sexo , apoio qualquer livre iniciativa de união estável, seja em 'trio', 'quadra', 'grupo', e esta será a nova fronteira do Direito... 

Mas mantenho a coerência, afinal a Bíblia execra, nos termos animalescos de 'Felipe Lucas', às pessoas que se unem por afeto, sejam do mesmo sexo, sejam de etnias diferentes, exortando nada mais nada menos do que A MORTE, para o que considera um CRIME contra as leis de deus... Não sendo pois um preconceito, mas um conceito fundamentado em documentos e fatos...

Reveja os seus conceitos Patrícia, afinal, você e o 'marombeiro' podem estar mais próximos do que imaginam... Imbecis como este, costumam frequentar igrejas evangélicas - como a esmagadora maioria dos imbecis dos tatames, como Victor Belfort e Cia. ... todos cristãos... Mais uma vez não se trata de preconceito, mas da interpretação dos dados e dos fatos... Vocês podem acabar se topando por aí, em algum 'templo'... E aí, vão rezar juntos, para o mesmo deus???

E tenho dito...

Carlos Sherman

quarta-feira, 15 de maio de 2013

E daí???




Hoje tem futebol??? Ou é alguma Festa Junina desavisada em Maio??? É guerra??? 

Futebol e jardinagem pra mim tem mais ou menos a mesma relevância, só que a jardinagem tem alguma utilidade... Parece que, pelo 'fundamentalismo' e intensidade dos comentários, alguém roubou alguém, mas alguém não concorda com isso, e choram, e riem, e escrevem mensagens de deboche, uns no ataque, e outros na defesa... e eu me pergunto: E daí??? 

Carlos Sherman 

Um carro e duas cabras...

Decisões cotidianas são probabilísticas
Estudos na área de neurociência da probabilidade revelam que escolhas diárias são determinadas por regras aleatórias
por Michael Shermer
Imagine que você está participando do famoso programa de televisão americana “Let´s make a deal” (“Vamos fazer um negócio”), o equivalente do “Domingo no Parque” do SBT, nos anos 1980, em que Silvio Santos propunha a troca de coisas inusitadas como uma motocicleta por um prendedor de roupa. O apresentador, no caso o americano Monty Hall, indica ao participante três portas: atrás de uma delas está um carro novo. Atrás das outras estão duas cabras. Você escolhe a porta número um. Monty, que sabe o que está atrás de cada porta, mostra que atrás da porta número dois está uma cabra, e pergunta: ─ Você quer ficar com a porta que escolheu ou quer mudar? Nosso senso de números ─ tendência natural para pensar informalmente e focalizar seqüências pequenas de números ─ nos diz que a probabilidade de escolher o carro ou a outra cabra é de 50%, logo não importa, certo?

Errado. No início você teve uma em três chances de acertar no carro, mas agora que Monty lhe mostrou o que está atrás de uma das portas, você tem dois terços de chance de ganhar, se mudar. A razão é a seguinte: há três configurações possíveis para as três portas: (1) boa, ruim, ruim; (2) ruim, boa, ruim: (3) ruim, ruim, boa. Na primeira opção (1) você perde se mudar, mas na segunda (2) e na terceira (3) você tem a chance de ganhar, se trocar. Se a sua noção comum de números ainda está bloqueando a racionalidade de seu cérebro imagine que existam 10 portas: você escolhe a porta número 1, e Monty lhe mostra as demais portas, da 2 até a 9, todas com cabras. Agora você troca? Claro que sim, porque suas chances de ganhar aumentaram de uma em dez para nove em dez. Este tipo de problema que funciona contra a intuição leva as pessoas à falta de habilidade numérica, incluindo matemáticos e estatísticos, que censuraram Marilyn von Savant, quando ela apresentou pela primeira vez esse quebra-cabeças em sua coluna da revista Parade, em 1990.
O “problema de Monty Hall” é apenas um dos muitos quebra-cabeças de probabilidade que o físico Leonard Mlodinow, do California Institute of Technology apresenta em seu novo e divertidíssimo livro The Drunkard’s Walk (A caminhada do bêbado, Pantheon, 2008). O título utiliza uma metáfora (às vezes chamada de “caminhada aleatória”) para fazer uma analogia entre “a trajetória de moléculas caminhando livremente pelo espaço, trombando continuamente umas com as outras,” e a “nossa vida, nossa trajetória da universidade para a vida profissional, da vida de solteiro para a vida familiar, da bicicleta para o primeiro carro.” Embora inúmeras colisões aleatórias tenham a tendência de se anular mutuamente devido à lei dos grandes números ─ segundo a qual eventos improváveis, provavelmente ocorrerão desde que tenham tempo e chances suficientes ─ uma vez em grandes intervalos de tempo quando, “a pura sorte ocasionalmente leva a uma predomínio desigual de golpes provenientes de uma determinada direção, e ocorre uma sacudidela.” Percebemos um sacolejo direcional improvável, mas ignoramos os zilhões de colisões insignificantes que atuam na contra-mão.

Na Terra do Meio do antigo ambiente natural em que nos desenvolvemos (ver Notícia de 24/10/2008 em www.sciam.com.br): “A noção de probabilidade não é intuitiva”, do mesmo autor ─ nossos cérebros jamais desenvolveram uma rede de probabilidades, e assim nossa intuição está mal-preparada para lidar com muitos aspectos do mundo moderno. Nossa intuição pode ser útil para lidar com pessoas e relacionamentos sociais, que evoluíram de forma tão comum e importante para espécies sociais de primatas como a nossa, quando lutávamos pela sobrevivência nos ambientes hostis do Paleolítico. No entanto, ela falha quando precisamos tratar de problemas probabilísticos em jogos de azar.

Suponhamos que você esteja jogando na roleta e acerta cinco vezes seguidas, no vermelho. Deveria continuar com o vermelho porque está numa “maré de sorte,” ou mudar porque agora é a “vez” do preto? Não importa, porque a roleta não tem memória, embora os jogadores sempre utilizem os dois princípios, mito da “maré de sorte” e mito “da vez,” para alegria dos proprietários de cassinos.

Existe uma enorme quantidade de processos adicionais aleatórios sobre os quais formamos um senso numérico popular. A “lei dos pequenos números”, por exemplo, levou executivos da indústria cinematográfica de Hollywood a demitir produtores bem-sucedidos depois da curta permanência em cartaz de bombas de bilheteria, para logo descobrirem que os filmes seguintes, produzidos durante a gestão do produtor, se tornaram sucessos de bilheteria após sua demissão. Os atletas que aparecem nas capas de revistas esportivas em geral passam por um declínio profissional, não por causa de má sorte, mas pelo “retorno à mediocridade,” onde o desempenho exemplar que os levou a sair na capa é em si um acontecimento de baixa probabilidade, e difícil de se repetir.
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